Uma nota divulgada no início da tarde desta terça-feira (16), pelo Sindicato dos Servidores em Saúde de Pernambuco (Sindsaúde), garantiu que a categoria espera que 80% dos 23,5 mil servidores na área em Pernambuco paralisem as atividades na próxima segunda-feira (22). A decretação do estado de greve aconteceu nesta terça (16), em assembléia realizada pela manhã.
No informe oficial, o Sindsaúde diz que uma nova assembléia da categoria vai acontecer no dia 24 de setembro, a partir das 9h, no auditório do Hospital da Restauração. Um comitê dos servidores manteve reunião com o secretário de Saúde e vice-governador do estado, João Lyra Neto, na sede da Secretária Estadual de Saúde (SES).
A coordenadora geral do Sindsaúde-PE, Perpétua Rodrigues, garantiu que a reivindicação dos servidores não é por salários. Ela disse que a greve só não vai sair se a lei nº. 686/2008, que autoriza o poder executivo a instituir a fundação estadual de assistência hospitalar, for revogada. O projeto já foi aprovado pela Assembléia Legislativa e aguarda sanção do governador Eduardo Campos para entrar em vigor.
ASSEMBLÉIAEm assembléia realizada no auditório do Hospital da Restauração (HR) no fim da manhã desta terça-feira (16), os servidores da saúde pública de Pernambuco decidiram entrar em greve por tempo indeterminado, a partir do dia 22 de setembro.
Logo após a assembléia, os servidores saíram em caminhada em direção à Secretaria Estadual de Saúde (SES). A manifestação, que começou em frente ao HR, percorreu os trechos mais movimentados da avenida Agamenon Magalhães, onde, por dia, percorrem cerca de 61 mil veículos, de acordo com a Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU). A manifestação provocou muito engarrafamento no local.
“É uma questão de ameaça ao Sistema Único de Saúde (SUS). Ele tira o direito do cidadão, a partir do momento que a Constituição garante que a saúde é um direito do cidadão e um dever do estado. Então, o estado está tirando a sua responsabilidade e jogando para as fundações. Isso é um perigo”, disse a presidente do Sindicato dos Servidores da Saúde, Perpétua Rodrigues.
A paralisação das atividades por 24 horas nesta terça-feira foi um protesto contra o projeto do governo do estado, que concebe às fundações privadas poderes para administrar os hospitais públicos.
SITUAÇÃO NOS HOSPITAISO HR foi o mais atingido pela paralisação. O ambulatório do hospital, que atende por dia em média de 500 pessoas, amanheceu com as portas fechadas. De acordo com o sindicato, a paralisação afetou serviços realizados por enfermeiros, técnicos de laboratório e auxiliares de diversas áreas em seus hospitais da Região Metropolitana do Recife.
Quem procurou o Hospital Getúlio Vargas (HGV) pela manhã também ficou sem atendimento. Os servidores se concentraram em frente à porta do ambulatório, onde não havia ninguém. Na emergência da unidade, cartazes também lembravam o movimento.
Uma ambulância que veio de Ipojuca, no Litoral Sul de Pernambuco, levou um cortador de cana que se feriu gravemente com o facão usado no trabalho. Ele até chegou a entrar na emergência, mas saiu poucos minutos depois com a informação de que não seria atendido. “Não sei para onde vou, só sei que não tem médico”, disse Assalmir Nascimento Silva, de 23 anos.
De acordo com a enfermeira da ambulância, Aurilene Lima, eles já tinham ido a outros hospitais. “No HR, o Otávio de Freitas e não tem condições de ficar. Já vou voltar, novamente, para o Otávio de Freitas”, disse. Mas, o cortador de cana Assalmir acabou voltando para o HGV. No início da tarde, ele ainda esperava atendimento no setor de emergência da unidade.
De acordo com a direção do hospital, dos 19 médicos urologistas escalados para o ambulatório, 12 pediram demissão. Dos 20 médicos ortopedistas que trabalhavam nos outros departamentos do Getúlio Vargas, restaram apenas cinco, por isso, o atendimento está comprometido. A prioridade é para os casos de emergência.
Informações do pe360graus.com
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