SÃO PAULO – Isabella de Oliveira Nardoni, 5 anos, estava viva quando caiu da janela do quarto dos irmãos, no 6º andar do edifício Residencial London, na Parada Inglesa, Zona Norte de São Paulo. A constatação foi feita por peritos do Instituto Médico-Legal que examinaram o cadáver na madrugada de domingo.
Embora tenham encontrado outras escoriações no corpo, os legistas dizem não poder afirmar, por ora, se eles são resultado da queda de mais de 20 metros de altura ou se a menina teria sido agredida antes. “Ela morreu devido à queda”, atestou o diretor do IML, Hideaki Kawata. “Qualquer outra afirmação é especulação.”
Policiais do 9º Distrito, no Carandiru, onde o caso é investigado, disseram ontem que haveria sinais de tentativa de asfixia em Isabella, como a língua e os dedos das mãos roxos.
No domingo, um morador do edifício relatou à polícia ter ouvido gritos de criança pouco antes do crime. “Não bate em mim, papai”, teria dito a menina. A testemunha, porém, não soube dizer se a criança era Isabella.
A polícia já sabe que a menina caiu da janela do quarto dos irmãos e não do dela, onde o pai a havia deixado. Em respeito ao enterro de Isabella, ontem, em Guarulhos (SP), a polícia não convocou nenhum parente da garota para depor. O delegado Calixto Calil Filho, do 9º Distrito, só pediu o exame de DNA nos vestígios de sangue encontrados no lençol da cama, na tela da janela e no corredor.
O que mais intriga a polícia é a versão do pai da garota, o consultor financeiro Alexandre Alves Nardoni, 29. Em seu primeiro depoimento, ele disse que chegou ao prédio pouco depois das 23h de sábado. Estava com a mulher, Anna Carolina Jatobá, 23, e os três filhos. Como as crianças vieram dormindo no carro, levou primeiro Isabella ao apartamento. Quando voltou com o restante da família, não encontrou mais a garota. Viu que a proteção da janela do quarto dos meninos estava cortada e ao pôr a cabeça para fora, viu o corpo da menina.
“O pai disse que tinham tentado assaltar o apartamento dele”, contou o porteiro Valdomiro da Silva Veloso, 28. Mas ele diz não ter ouvido barulho no interior do prédio.
Na delegacia, Nardoni disse aos policiais que havia se desentendido com um funcionário da construtora do edifício. O proprietário da construtora Terral Atlântica, André Montes Lopez, negou ontem que algum funcionário ou proprietário da empresa tenha discutido com Nardoni.
terça-feira, 1 de abril de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário