O deputado Ciro Gomes (PSB-CE) disse nesta terça-feira, durante a sabatina da Folha, que poderá concorrer à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2010. Segundo o deputado, ainda é cedo para discutir o assunto pois o presidente Lula "mal interou um ano e três meses do seu mandato". Porém, admitiu que será uma honra "servir ao pais".
"Serei candidato se entender que é uma candidatura que servirá ao país. [....] Se for o meu destino, será uma honra", disse.
Durante a sabatina, o parlamentar adotou um tom ameno e descontraído ao responder às perguntas. Ele agradeceu o fato de não ter sido eleito em 2002 e disse que aprendeu com seus erros. Porém, ressaltou que não mudou o comportamento para "paz e amor", pois quer continuar sendo uma pessoa capaz de se indignar.
"Eu não mudei de comportamento. Eu falei à vontade, falei o que penso. O que eu sou é a mesma pessoa com 50 anos e menos cabelo. Se você fica mais velho, comete erros e aprende com eles. Apenas nenhum deles foi de má-fé. Eu não quero jamais ser uma pessoa que não tenha a capacidade de se indignar. Às vezes eu exagerei, mas nunca foi de má fé."
Ciro disse que deveria ter evitado a discussão que teve em fevereiro com a atriz Leticia Sabatella no plenário do Senado sobre a manutenção das obras de transposição do rio São Francisco. Na ocasião, Ciro disse à atriz: "Eu, ao meu jeito, escolhi a opção de meter a mão na massa, às vezes suja de cocô, às vezes. Mas minha cabeça, não, meu compromisso, não".
Ao ser questionado pelo repórter Kennedy Alencar se esta frase não seria um destempero pouco compatível com um político que tem possibilidade de se candidatar à Presidência da República, Ciro admitiu que deveria ter evitado o debate. "É evidente que deveria ter evitado [a discussão], mas passamos mais de sete horas debatendo", afirmou.
Sobre o dossiê com informações sobre as despesas do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e sua equipe, Ciro seguiu o discurso de integrantes do governo Lula e disse que crime é vazar informações sigilosas, e não a confecção de dossiê.
"Consta que quem vazou o dossiê a revista 'Veja' foi o senador Álvaro Dias (PSDB-PR). Vazar é crime. Não sou eu que diz, é a lei. Ele nega [o vazamento]. Pode negar. Tem muitas evidências [contra ele]."
Para Ciro, a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) não tem nenhuma responsabilidade com o dossiê. "Conheço a Dilma. Sei da sua seriedade, da sua compostura, da sua ética. Sei que ela está dedicada 24 horas por dia a servir ao país."
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