BRASÍLIA – O número de casos de dengue no País em janeiro e fevereiro deste ano caiu 27% em relação ao mesmo período de 2007. Em 15 Estados, porém, os índices aumentaram, como mostra um boletim do Ministério da Saúde divulgado ontem. Até sexta-feira, a pasta havia recebido 120.570 notificações da doença relativas aos dois meses, com 74 mortes – 48 por dengue hemorrágica e 26 por complicações do tipo mais comum. Os registros apresentam tendência de queda neste início de ano, já que nos três primeiros meses de 2007 foram registrados 250 mil casos da doença.
É possível, porém, que o quadro sofra alterações com a chegada dos registros feitos nos últimos três dias de março e de notificações recebidas com atraso.
A queda mostrada pelo boletim é puxada pela região Centro-Oeste, que enfrentou epidemia no ano passado – houve 45 mil casos a menos em relação ao mesmo período de 2007. Só em Campo Grande foram 28 mil a menos.
Entre os Estados que apresentaram piora, a situação mais preocupante é a do Rio, que concentra 36% dos registros do País até 28 de março – 43.523 casos – e 73% das mortes (54). Ontem, o número de óbitos no Estado chegou a 67. Até fevereiro, a unidade da federação que registrou maior crescimento, porém, é o Amazonas, com 992% – subiu de 282 para 3.080.
Segundo o epidemiologista Pedro Tauil, da Universidade de Brasília (UnB), o número de casos da doença em todo o País está condicionado ao controle do mosquito transmissor, ao tipo de vírus circulando – há quatro – e à resistência da população a esse vírus. Essa seria uma explicação para a redução de casos em Campo Grande – com a epidemia do ano passado, a imunização da população aumentou.
No Rio, o tipo com maior circulação este ano é o DEN-2, que, segundo Tauil, foi introduzido no Estado em 1990. Isso explicaria o alto no número de casos em crianças, já que muitos adultos já haviam tido contato com esse vírus e, portanto, tinham imunização. Falhas do poder público também são citadas por especialistas. “A dengue é uma doença que manda aviso”, afirma Evaldo Stanislau, professor da Faculdade de Medicina da USP.
terça-feira, 1 de abril de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário