segunda-feira, 24 de março de 2008

Lula nega que liberação de verbas do PAC seja manobra eleitoreira

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou nesta segunda-feira (24) que a liberação de recursos para obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) tenha cunho eleitoreiro. A declaração foi dada no programa semanal de rádio "Café com o Presidente", um dia após a divulgação de reportagem da "Folha de S.Paulo", de que o governo driblou o veto da lei eleitoral a repasses para novas obras nos três meses que antecedem a escolha dos prefeitos para listar, por decreto, quase 1.800 ações do PAC em mais de 1.000 municípios."Ora, é no mínimo uma coisa que me deixa indignado. Ou seja, o governo não está disputando nenhuma eleição. Não tem eleição para presidente da república e não tem eleição para governador. O programa é um programa que o governo federal anunciou com dois anos de antecedência e esse dinheiro agora está gerando aquilo que nós queríamos que ele gerasse: emprego e melhoria na vida das pessoas. E nós, quando vamos a uma cidade, eu não quero saber se o prefeito é candidato a reeleição, se o prefeito é do PFL, se o prefeito é do PT ou do PSDB", afirmou o presidente Lula, em seu programa de rádio.Lula disse ainda que continuará, nesta semana, a percorrer cidades que receberão as verbas do PAC, e que irá até o limite do permitido pela legislação eleitoral para promover a destinação de recursos, estimados em R$ 40 bilhões, para financiar obras de saneamento e infra-estrutura básicos, habitação e saúde, entre outras. "Nós vamos continuar viajando o Brasil porque acho que é imprescindível que o povo tenha estes investimentos começando a produzir os efeitos agora. Nós sabemos que a partir de junho nós não podemos mais fazer convênio, mas os convênios que já foram feitos antes de junho, eles terão que ser executados porque é um absurdo imaginar que as prefeituras têm que parar", afirmou Lula."Crise internacional não vai chegar ao país"Lula descartou ainda que a crise financeira, iniciada no mercado imobiliário norte-americano e que mostra seus reflexos nos mercados de vários países chegue ao Brasil. Apesar da volatividade das Bolsas nacionais, o presidente crê na "diversificação" da economia nacional como garantia de que o país não terá problemas."A crise não chegou no Brasil e nós trabalhamos com a hipótese de que a crive não vai chegar. Primeiro porque o sistema financeiro brasileiro não está envolvido nos títulos imobiliários americanos. Segundo porque o Brasil está com a sua economia sólida e sustentada muito no seu crescimento interno e, depois, numa política de exportação muito forte. A terceira coisa é que nós diversificamos o nosso mercado exportador. Nós hoje não dependemos apenas de um ou de outro país. Nós temos uma grande exportação para toda a América Latina, para a África, para a Europa, para os Estados Unidos, para a Ásia, para o Oriente Médio. Essa diversificação dá ao Brasil uma certa garantia de que nós não teremos problemas", disse o presidente.

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