Mal amanhece e surge um jegue no horizonte de Alto Alegre do Pindaré, no interior do Maranhão. O animal, popular no Nordeste, transporta mais do que carga na cidade. Simpático, ele atende por um nome curioso: “jegue-livro” e é enfeitado com duas cestas coloridas que vão se enchendo de literatura, poesia, e cultura.
Quando o alto-falante anuncia que é dia de jegue-livro, o bicho vai arrastando a multidão. Depois de passar por várias ruas, o animal chega à praça principal do povoado e é recebido por gente que quer ler as obras que ele carrega em uma espécie de biblioteca ao ar livre.
A escola é uma das iniciativas de sucesso destacadas pelo Ministério da Educação (MEC) e pelo Fundo da ONU para a Infância (Unicef), localizadas em regiões pobres e que passam a servir de referência. Com a biblioteca itinerante, a diretora da escola já percebeu a mudança nos alunos. “Melhorou o aprendizado da língua, a escrita e eles têm um interesse”, diz. E o jegue conseguiu se livrar do estigma de burro. “Aqui na nossa cidade o jegue é inteligente porque ele leva saber, conhecimento, sabedoria com os livros".
Em Santa Catarina, no município de Arroio do Meio, há uma parada obrigatória nas atividades diárias dos colégios públicos para a leitura. A iniciativa foi de uma escola e já atingiu professores, alunos e funcionários. “É legal porque a gente pode ler todo mundo junto. A gente lê livros diferentes e todo mundo gosta”, diz Bianca Majolo, de 11 anos.
O desafio de Formosa, no interior de Goiás era aproximar a família do colégio. Para isso, a diretora teve uma idéia original: transforma uma vez por mês o pátio da escola em salão de beleza. Lá é possível fazer cabelo, unha, maquiagem e é tudo de graça. O momento de caprichar no visual vira hora de conhecer as outras mães e as professoras.
A diretora, Iara de Melo, já percebeu que a melhora na auto-estima das mães reforça a dos filhos. “Foi a maneira que a gente conseguiu de estreitar os laços com a comunidade”.
terça-feira, 25 de março de 2008
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